Diagnóstico formal por especialistas

Diagnóstico formal por especialistas

5. Diagnóstico formal por especialistas 

Após a sua própria investigação informal, se você sentir que uma criança se beneficiaria com um diagnóstico formal, você deve discutir  cuidadosamente a questão com os seus pais, explicando que quanto mais precisamente você compreender as dificuldades de aprendizagem de sua criança, melhor você será capaz de ajudá-la.

 Escute um especialista descrevendo o diagnóstico formal.

 

Em muitos países, o processo diagnóstico oficial é repassado para psicólogos educacionais ou profissionais que são licenciados a usar uma serie de testes específicos, similares e padronizados e que receberam treinamento específico para interpretar os resultados. Aqui no Brasil o mais comum e recomendado é que o diagnóstico seja feito por especialistas que compõem uma equipe multiprofissional, com no mínimo um psicólogo, fonoaudiólogo e neuropediatra. )

Comumente isto deve ser pago pelos pais ou responsáveis, mas, em alguns países, seguros de saúde e sociais podem cobrir os custos.

Os  profissionais autorizados aplicam testes  padronizados, que  são aqueles aplicados a uma grande e representativa amostra de crianças de várias idades. Os resultados dos diferentes grupos etários são resumidos e analisados para prover indicações do nível de desempenho esperado para cada idade específica, assim como aquele que  deverá ser  considerado normal ou não.

Normalmente, testes padronizados usam duas noções para comparar o desempenho da criança com o de crianças da mesma idade – o percentil e o desvio padrão.

Clique nas setas para definições simplificadas de percentil e desvio padrão.

 

5.1 O “modelo de discrepância”

Alguns especialistas contam com esse modelo, baseado em encontrar um descompasso entre capacidades gerais e desempenho em leitura, ortografia e redação. Usando essa abordagem, eles medem capacidades gerais e comparam capacidades de leitura e ortografia com os níveis esperados para o nível medido das capacidades gerais.

No entanto, o modelo de discrepância não é seguido por todos os especialistas e é menos aplicável a determinados grupos etários.

 

5.2 Os critérios de idade

Alguns especialistas preferem comparar o desempenho da criança na leitura e ortografia com o que seria de esperar de uma criança daquela idade, com base nos níveis de desempenho observados em grupos grandes e representativos de crianças da mesma idade.

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5.3 Abordagens combinadas

As duas abordagens acima não são mutuamente exclusivas e muitas vezes são usadas em conjunto. Na verdade a maioria dos especialistas examinará a inteligência geral, bem como as capacidades de leitura e ortografia. Analisarão, igualmente, capacidades como atenção auditiva e visual, memória de curto prazo e consciência fonológica, todas baseadas em critérios de idade, a fim de fornecer uma análise mais robusta.

Eles também usam outros testes para excluir a possibilidade de que fatores puramente sensoriais possam explicar as dificuldades da criança.

Para uma visão geral das áreas adicionais, o especialista deverá buscar um diagnóstico formal (compilado pela Dra. Maria-Luisa Lorusso).

 

5.4 O relatório formal

A pessoa que realiza um diagnóstico formal fará um relatório para os pais, que geralmente são entrevistados como parte do procedimento de diagnóstico.

Incentivar os pais a pedir ao assessor que inclua recomendações para o ensino adequado e a assistência terapêutica. Estes podem servir de orientação para as autoridades da escola de como agir.

Assim que tiver o diagnóstico oficial em mãos, é útil para você e para os pais em conjunto estabelecer contactos com as autoridades escolares, a fim de configurar o sistema de comunicação possível entre todas as partes. Esta é uma forma de assegurar que as estratégias mais adequadas para ajudar a criança sejam postas em prática (ver Seção 3).

Alguns pais podem ser relutantes em deixá-lo ver a avaliação quantitativa completa de seu filho. Você pode, então, salientar que você precisa saber os pontos fortes e fracos da criança, a fim de adaptar o seu ensino. Se eles continuarem reticentes, pedir, pelo menos, para ver as recomendações.

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©Dr. Vincent Goetry e Dyslexia International (Versão Original)

©Dra. Ângela Maria Vieira Pinheiro (Coordenação da tradução e adaptação da VB)